Ironicamente estando protegido, é só isso que me atinge durante as poucas noites que tenho proteção. Há muito o que pago em minhas noites de sono.
Inda com os músculos rígidos, e com o coração atingido pelo ódio que aqueles homens sentiam - e não duvido que ainda sintam - ouso levantar-me para seguir caminho. Mas a velha senhora não me deixaria ir sem um último conselho.
"Não espere por mudanças, irmão" - dizia ela, com voz doce e autoritária. "Bem sabes que és responsável pelo caminho que segue, e que cabe a ti mudar. Somente tenha o cuidado quando as coisas mudarem... Em sua incessante busca, pode ser que não as veja."
Por que ela sempre estava certa? Como alguém é capaz de sempre saber o que dizer, no momento em que mais precisamos?
Haurimos nossas dúvidas em cálices tão grandes que enquanto procuramos a borda, não alcançamos senão uma parede... e esquecemos que a borda está logo acima - é só esticar os braços.
Estava eu a me despedir da doce irmã e vi o sol raiar.
A esperança de um novo dia que se abre. Uma nova luz que todos os dias lá se encontra para quem quiser se aventurar.
Um gesto. Um sorriso. Um passo.
E tudo recomeça agora.
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